Portuguese Modern Language Translation 2005 | Book List

Navigation


 

2Reis 18

1 No terceiro ano do reinado de Oseias, filho de Elá, rei de Israel, Ezequias, filho de Acaz, tornou-se rei em Judá.

2 Tinha vinte e cinco anos de idade quando subiu ao trono, e reinou vinte e nove anos, em Jerusalém. A sua mãe chamava-se Abi e era filha de Zacarias.

3 Seguindo o exemplo do seu antepassado, o rei David, Ezequias procedeu com rectidão e agradou ao Senhor.

4 Destruiu os santuários pagãos, derrubou os monumentos pagãos e destruiu as imagens da deusa Achera. Também despedaçou a serpente de bronze que Moisés tinha feito, porque, até então, os israelitas costumavam queimar incenso diante dela e chamavam-lhe Neustan.

5 O rei Ezequias pôs a sua confiança no Senhor, Deus de Israel; não houve outro como ele entre os reis de Judá, nem antes, nem depois.

6 Manteve-se fiel ao Senhor e nunca lhe desobedeceu, cumprindo cuidadosamente todos os mandamentos que o Senhor deu a Moisés.

7 O Senhor esteve sempre com ele, por isso Ezequias foi bem sucedido em todos os seus empreendimentos. Revoltou-se contra o rei da Assíria e recusou-se a aceitar o seu domínio.

8 Derrotou os filisteus, devastou o seu território, até à cidade de Gaza desde a simples torre de vigia até à cidade fortificada.

9 No quarto ano do reinado de Ezequias, que era o sétimo do reinado de Oseias, filho de Elá, rei de Israel, Salmanasar, rei da Assíria, invadiu Israel e cercou a cidade da Samaria.

10 Samaria capitulou ao fim de três anos, sendo o sexto do reinado de Ezequias e o nono do reinado de Oseias, rei de Israel.

11 O rei da Assíria levou os israelitas exilados para a Assíria, instalando alguns na cidade de Hala, outros nas margens do rio Habor, no distrito de Gozan, e outros nas cidades da Média.

12 A Samaria caiu, porque os israelitas não obedeceram ao Senhor, seu Deus, transgredindo as obrigações da aliança que Deus fez com eles e desobedecendo a todas as leis dadas por Moisés, não as escutando, nem cumprindo.

13 No décimo quarto ano do reinado de Ezequias, Senaquerib, rei da Assíria, atacou todas as cidades fortificadas de Judá e conquistou-as.

14 Então Ezequias, rei de Judá, mandou dizer ao rei da Assíria, em Láquis: "Cometi um erro; não me ataques mais, que eu comprometo-me a pagar o que me exigires." O rei da Assíria impôs a Ezequias, rei de Judá, um tributo de dez toneladas de prata e uma tonelada de ouro.

15 Ezequias entregou toda a prata que havia no templo e nos tesouros do palácio real;

16 arrancou também o revestimento de ouro que ele tinha posto nas portas e pilares do templo e enviou tudo ao rei da Assíria.

17 Entretanto, o rei da Assíria, que se encontrava em Láquis, enviou ao rei Ezequias, em Jerusalém, o general do seu exército, o chefe do pessoal da sua casa e o seu próprio ajudante-de-campo, à frente de um poderoso exército. Quando chegaram a Jerusalém, colocaram-se junto ao aqueduto do reservatório superior, no caminho que conduz ao Campo do Lavadouro.

18 Mandaram chamar o rei e este enviou-lhes Eliaquim, filho de Hilquias, chefe do palácio real, que saiu da cidade ao encontro dos assírios, acompanhado de Chebna, secretário do rei, e Joá, filho de Assaf, porta-voz do rei.

19 Então, o ajudante-de-campo do rei assírio disse-lhe: "Transmitam a Ezequias esta mensagem do grande rei, o rei da Assíria: "Por que te sentes tão seguro?

20 Pensas que as palavras bonitas valem o mesmo que a táctica e a força para fazer guerra? Com quem contas tu para te revoltares contra mim?

21 Com o Egipto, essa bengala de cana rachada, que fere e atravessa a mão de quem se apoia nele? Assim é o faraó, rei do Egipto, para todos os que contarem com ele.

22 Mas, se me disserem que confiam no Senhor, vosso Deus, não foste tu, Ezequias, que suprimiste os seus santuários e os seus altares, ordenando à gente de Jerusalém e de Judá que prestasse culto apenas diante do altar de Jerusalém?"

23 Portanto, entra em acordo com o meu soberano, o rei da Assíria, que eu dou-te dois mil cavalos, se tiveres cavaleiros para os montar.

24 Tu esperas que os egípcios te forneçam carros de combate e cavaleiros! Mas não poderás pôr em fuga um só oficial do meu soberano, mesmo dos mais baixos.

25 Julgas que ataquei o teu país e o destruí sem a ajuda do Senhor? Pois enganas-te! Foi o próprio Senhor quem me disse para o atacar e destruir."

26 Então Eliaquim, Chebna e Joá disseram ao oficial assírio: "Por favor, fala connosco em aramaico que nós entendemos; não nos fales em hebraico, pois toda a gente que está na muralha está a ouvir."

27 O oficial assírio respondeu: "Julgam que esta mensagem do meu soberano se destina apenas ao vosso soberano e a vocês? Ela diz respeito também a toda esta gente que está na muralha, pois tanto eles como vós em breve só terão para comer o seu próprio excremento e, para beber, a sua urina!"

28 Depois, aproximando-se da muralha, gritou, sempre em hebraico: "Oiçam o que diz o grande rei, o rei da Assíria:

29 "Não se deixem enganar por Ezequias! Ele não conseguirá libertar-vos do meu domínio.

30 Ele pretende que é preciso confiar no Senhor, dizendo que o Senhor vos vai livrar e que esta cidade não cairá nas minhas mãos.

31 Não façam caso do que diz Ezequias. Oiçam o que eu, o rei da Assíria, vos proponho. Rendam-se e façam as pazes comigo. Assim, cada qual poderá comer do produto da sua vinha e da sua figueira e beber da água do seu poço,

32 até que eu chegue, para vos levar para um país parecido com este, um país de trigais e vinhedos para fazer pão e vinho, um país de azeite e mel. Deste modo, vocês salvarão a vida e não morrerão. Mas, não façam caso de Ezequias, porque ele engana-vos, ao dizer que o Senhor vos vai salvar!

33 Os deuses das outras nações alguma vez impediram o rei da Assíria de as conquistar?

34 Que fizeram os deuses de Hamat e de Arpad? E os de Sefarvaim, de Hena e de Ava? Algum deles me impediu de conquistar a Samaria?

35 Algum dos deuses desses povos salvou o seu país das minhas mãos? Como vai então o Senhor livrar Jerusalém do meu poder?"

36 O povo que lá estava manteve-se silencioso; ninguém disse uma só palavra, pois o rei Ezequias tinha ordenado que ninguém respondesse.

37 Então Eliaquim, filho de Hilquias, chefe do palácio real, Chebna, secretário do rei, e Joá, filho de Assaf, porta-voz do rei, depois de terem rasgado as suas vestes, em sinal de dor, foram ter com o rei Ezequias e contaram-lhe o que o oficial assírio tinha dito.