Portuguese Modern Language Translation 2005 | Book List

Navigation


 

Hebreus 9

1 A primeira aliança tinha as suas regras de culto divino e um santuário terrestre.

2 Efectivamente, construiu-se um tabernáculo com duas partes. A primeira chamava-se o lugar santo. Era lá que estavam o candelabro e a mesa com os päes consagrados a Deus.

3 Atrás da segunda cortina estava a segunda parte do tabernáculo chamada o Lugar Santíssimo.

4 Era ali que se encontravam o altar de ouro para queimar o incenso e uma arca de madeira, toda coberta de ouro, chamada Arca da Aliança. Nessa arca estavam o vaso de ouro com o maná, a vara de Aaräo que Deus tinha feito florir e as duas placas de pedra em que estavam escritas as palavras da aliança.

5 Por cima da arca estavam querubins que representavam a glória de Deus e cobriam com a sua sombra o lugar onde se ofereciam sacrifícios pelo perdäo dos pecados. Mas näo é agora a altura para falarmos de tudo isto em pormenor.

6 Uma vez feitos estes preparativos, os sacerdotes entram normalmente na primeira parte do tabernáculo para celebrarem o culto.

7 Mas, na segunda, só entra o sumo sacerdote, e isto apenas uma vez por ano. E näo pode lá entrar sem levar sangue de animais para oferecer a Deus, por si mesmo e pelas faltas que o povo tenha cometido por ignorãncia.

8 O Espírito Santo mostra-nos assim que, enquanto permanecer a primeira parte do tabernáculo, o caminho que leva ao verdadeiro santuário, o Lugar Santíssimo, ainda näo está aberto.

9 Comunica-nos, assim, um símbolo para o tempo de hoje. Significa que as ofertas e os sacrifícios de animais oferecidos a Deus näo säo capazes de tornar verdadeiramente perfeitos aqueles que os oferecem.

10 Trata-se apenas de comidas e bebidas e várias cerimónias de purificaçäo. Säo regulamentos externos, válidos apenas até ao tempo em que Deus havia de remodelar todas as coisas.

11 Mas agora veio Cristo, como sumo sacerdote dos bens definitivos. O santuário em que ele serve é maior e mais perfeito. Näo é obra de mäos humanas; quer dizer, näo pertence a este mundo.

12 Cristo entrou uma vez por todas no Lugar Santíssimo, no verdadeiro santuário, näo com o sangue de bodes e bezerros, mas com o seu próprio sangue. Foi deste modo que ele nos libertou para sempre dos nossos pecados.

13 Ora, o sangue de bodes e touros e a cinza de uma bezerra queimada, derramados segundo o ritual sobre as pessoas que se tornam ritualmente impuras, fazem com que essas pessoas estejam purificadas exteriormente.

14 Quanto maior poder näo há-de ter entäo o sangue de Cristo! É que ele, conduzido pelo Espírito de Deus, ofereceu-se a si mesmo como vítima sem defeito. O seu sangue purifica-nos a consciência do pecado que leva à morte, a fim de podermos servir o Deus vivo.

15 Portanto, Cristo é mediador de uma nova aliança. Por ela, os que foram chamados recebem os bens eternos que Deus lhes prometeu como herança. Isto é possível porque já se deu a morte de Cristo, que perdoou as faltas cometidas no tempo da primeira aliança.

16 É evidente que onde há um testamento é preciso apresentar provas da morte de quem o fez.

17 Sim, porque um testamento só tem valor depois da morte do que o fez. Enquanto este vive, o testamento näo tem valor nenhum.

18 Por isso, até mesmo para estabelecer a primeira aliança foi preciso derramamento de sangue.

19 Primeiramente, Moisés recitou diante da assembleia do povo todos os preceitos, conforme se encontram na lei. Depois tomou o sangue dos bezerros e dos bodes que tinha matado, juntou-lhe água e aspergiu o próprio livro da Lei e todo o povo, servindo-se para isso de um pouco de lä vermelha e de um ramo de hissopo.

20 E Moisés disse: "Este é o sangue da aliança que Deus vos mandou cumprir."

21 De igual modo, Moisés aspergiu com sangue o santuário e todos os utensílios do culto.

22 Na realidade, segundo a lei, quase tudo tem de ser purificado com sangue; e sem derramamento de sangue näo há perdäo dos pecados.

23 Era, pois, necessário que as cópias das realidades do Céu fossem purificadas desta maneira. Mas as próprias realidades do Céu exigem sacrifícios de maior valor.

24 Cristo näo entrou no santuário feito por mäos humanas, que näo passava de uma cópia do verdadeiro. Entrou no próprio Céu, onde agora se apresenta diante de Deus como o nosso advogado.

25 O sumo sacerdote entra todos os anos no santuário com uma oferta de sangue que näo é dele. Cristo, porém, näo entrou para se oferecer a si mesmo várias vezes.

26 Nesse caso, tinha de morrer muitas vezes desde a criaçäo do mundo. Mas agora, ao chegar o fim dos tempos, ele manifestou-se uma vez por todas para perdoar os pecados pelo sacrifício de si mesmo.

27 Está determinado que os homens morram uma só vez e que depois sejam julgados por Deus.

28 Assim também Cristo foi uma só vez oferecido em sacrifício para tirar os pecados da Humanidade. Depois há-de aparecer outra vez, näo já para tirar o pecado mas para salvar aqueles que esperam por ele.